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Como lidar com a família do parceiro?

Veja dicas para entrar com o pé direito na família do parceiro e saiba como evitar possíveis conflitos de opiniões, valores e costumes.

Quando o casal decide subir ao altar, de forma geral, costuma ser uma alegria só. Começam os preparativos, aquela correria gostosa para organizar tudo (sim, eu juro que vocês irão sentir falta dos preparativos!), mas um ponto que todo o casal deve ter em mente é que a festa de casamento é só o início de tudo. É ali que começa uma nova família e, a partir deste momento, eles iniciarão convivência mais intensa com os sogros e a família do parceiro. Afinal, quando dizemos “SIM”, levamos o “pacote completo”.

Um casamento é, acima de tudo, um grande desafio. É um constante exercício de evolução, no qual os dois aprendem a ceder, respeitar, ouvir, entender e se expressar. E isso se aplica também à relação com a família do outro.

Se lidar com a família de origem muitas vezes já é desafiador, quando envolve os parentes do outro a situação pode ser ainda mais delicada e algumas vezes exige um baita jogo de cintura por parte dos envolvidos.

família do parceiro

Foto: Shuttetstock

 

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Cada um chega ao casamento com uma bagagem de vida – seus hábitos, costumes, tradições e valores. Por isso não é incomum vermos desentendimentos neste campo – no cinema, são inúmeros os exemplos de filmes que retratam relações conturbadas entre a família e o cônjuge.

 “Entrando numa Fria”, “Casamento Grego”, “A Sogra” e “Terapia do Amor” são apenas alguns exemplos de títulos que retratam o tema.  Geralmente, nas telonas, as histórias costumam ser leves, com um toque de comédia e têm um final feliz. Na vida real, infelizmente, nem sempre é assim.

Por que os conflitos com a família do parceiro surgem?

Antes de qualquer coisa, é preciso lembrar que conflitos são comuns nas relações humanas. Estranho é quando não há nenhum tipo de conflito! A beleza do ser humano é de que cada um é cada um, com a sua forma de pensar, de ser, hábitos, rotinas, costumes, valores e tradições muito diferentes um do outro, e essas diferenças que nos fazem sermos belos, é também as responsáveis pela maioria dos problemas de relacionamento e conflitos familiares.

família do parceiro

Foto: Shutterstock

 

A grande questão é que alguns casais conseguem trabalhar para resolvê-los e outros deixam que eles tomem proporções maiores, fazendo com que a família se envolva e gerando tristezas. E é aí que mora o perigo.

Muitas destas situações acontecem por falhas de comunicação – seja pela falta dela, pelo famoso “disse me disse” ou pelo mau entendimento entre as partes (quando um fala uma coisa e o outro entende algo diferente).

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Há também casos que envolvem disputa de poder e de atenção por quem será mais amado e suas chantagens emocionais e as comparações entre as famílias, e como cada um foi “criado”. Isso sem falar nos pais super protetores ou invasivos, que até mesmo depois do casamento continuam opinando de forma incisiva, isto é, “se metendo onde não foram chamados”, impedindo que o filho tome suas próprias decisões e siga seu caminho, ou também quando um dos membros do casal quer mudar o sistema familiar do outro.

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Foto: Shutterstock

 

Muitas vezes estes conflitos já começam a se desenhar antes mesmo de dizer “SIM”. Durante os preparativos do casamento, a lista de convidados costuma ser um tema bastante polêmico e encabeça o “rol das tretas de família”. Há também aqueles familiares que se sentem à vontade para dar várias opiniões sobre a decoração, os docinhos e assim por diante. E é justamente nesta hora que o casal será colocado à prova para lidar com estas situações e agir em conjunto.

Como lidar com a família do parceiro?

Ao chegar nesta nova família (ou até mesmo antes de dizer sim ao pedido de casamento), é importante se ambientar. Entender como funciona a dinâmica, participar sempre que possível e respeitá-los. Podem haver diferenças, mas é importante que haja respeito e compreensão por estas pessoas.

Cada um chega ao casamento com uma bagagem de vida, que foi construída a partir das experiências e dos vínculos adquiridos ao longo da vida. Para que exista uma relação saudável, o passado não pode ser negado, assim como, o presente e o futuro não devem ser prejudicados por essas vivências anteriores.

família do parceiro

Foto: Shutterstock

 

Cada pessoa que fez (e faz) parte da vida do parceiro precisa ter seu lugar preservado. Independente de qualquer coisa, os pais ocupam um lugar importante e insubstituível na vida do parceiro. Assim como outros familiares que fizeram parte de sua história. O “segredo” é ter consciência que todos terão seu espaço e sua importância, e que o respeito deverá ser recíproco.

Comunicação é tudo!

Outro fator importantíssimo é manter uma boa comunicação. E isso deve começar pelo casal, antes de tudo. O ideal é sempre conversar para aparar possíveis arestas e não deixar o “dito pelo não dito”. É importante ressaltar que precisamos ter voz ativa em nossas relações, nos posicionarmos e sinalizarmos ao outro o quanto se sente nesta dinâmica familiar. Ambos os lados precisam ser ouvidos e respeitados!

Vale lembrar que o casamento é um grande exercício – em alguns momentos, você precisa ceder, em outros, o parceiro também. Entenda que numa relação, não pode existir pensar somente em si mesmo, como por exemplo: almoço em família, se para o seu parceiro isso é muito importante, vá pela felicidade dele.

Veja bem, não confunda isso com abrir mão de tudo que seja importante para você em prol da felicidade do outro e, nem com imposição, lembre-se de que numa relação onde o que impera é somente a vontade de um dos membros, deixa de ser uma relação saudável. Negociar é sempre a melhor saída, bem diferente de ditar ou ser passivo.

Família do parceiro

Foto: Shutterstock

 

Juntos, sempre!

Ficar apontando dedos para quem está errado também não costuma trazer bons resultados – o ideal é que o casal trabalhe junto para chegar a um acordo ou a uma possível solução. Eles precisam combinar ações para resolver a questão – e, se não der certo, é importante que continuem trocando ideias até que se chegue a uma solução efetiva.

Vale lembrar que as relações humanas não são lineares e, dependendo do problema, não há garantias de que ele será resolvido do dia para noite (na maioria das vezes não é!). Mas o importante é que o casal esteja focado em solucionar o ponto e que esteja aberto a ouvir e rever ideias, sempre respeitando um ao outro.

Antever possíveis situações desagradáveis também ajuda nestas horas. Basta tomar como exemplo a questão dos convites do casamento. Se você e seu noivo estiverem pagando pela festa e o orçamento estiver apertado, vale conversar antes com os pais e já explicar que eles terão um determinado número de convites para o casamento que eles poderão distribuir da forma que acharem melhor.

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Você já está cansada dos inúmeros palpites da sua sogra a respeito da festa de casamento? Calma! Não é o fim do mundo – não precisa encarar com um ataque. No final das contas, ela pode estar querendo ajudar.

Além disso, é comum que os familiares, muitas vezes, se sintam um pouco “donos da festa”, principalmente se estão arcando financeiramente com boa parte dela. Você pode ouvir o que seus familiares têm a dizer, mas não precisa acatar a sugestão.

Com delicadeza e educação, você pode explicar as razões para ter feito uma escolha diferente. É importante lembrar que o casal é o centro das decisões e ouvir os integrantes da família não significa acatar tudo que vem deles.

O que para a família alguns detalhes podem ser algo sem sentido, para o casal pode vir a representar uma fase especifica de grande relevância. Bater de frente não costuma ser uma boa saída – só piora e faz com que surja os maiores conflitos.

Procure incluir os familiares!

Se você se sentir à vontade, procure incluir seus sogros e/ou cunhados em algumas etapas da organização – participar da prova de doces, de bebidas ou da gastronomia pode ser uma boa forma de fazer com que a família se sinta importante na vida dos noivos. Mas não se esqueça que a decisão final deve ser sempre do casal.

Embora boa parte dos conflitos possa ser resolvidos com uma boa conversa, algumas vezes pode ser necessário impor limites e, em casos mais graves, o afastamento pode ser uma saída temporária. Se a relação com a família do parceiro é insustentável, tóxica, destrutiva ou abusiva, sem outras possibilidades de resoluções, o afastamento pode ser sim uma opção.

Mas vale lembrar: você pode escolher se afastar, mas jamais deve exigir do outro esse mesmo comportamento. Nada de dar ultimatos do tipo “ou eles ou eu” – afinal de contas, isso costuma trazer muito sofrimento para a pessoa que fica no meio do fogo cruzado. Este afastamento pode gerar algumas reflexões para todos os lados e, com o tempo, é possível tentar uma reaproximação de uma forma muito mais construtiva, com auto cuidado, conseguindo entender a corresponsabilidade de cada um naquela relação.

Se colocando no lugar do outro

De forma geral, para qualquer relação humana, um dos fatores chave é o respeito e se colocar no lugar do outro. O famoso “como eu me sentiria se estivesse no lugar dele? Como gostaria que agissem comigo?” pode ser um bom começo para ter um bom relacionamento com a família do parceiro.

É preciso entender que cada um tem o seu funcionamento e lembrar que a família está lá muito antes da sua chegada. Além disso, se o seu amado (a) é uma pessoa tão incrível que fez você querer subir ao altar com ele (a), certamente seus familiares têm grande influência nisto. Então relaxe e aproveite para conhecer esta nova família que fará parte da sua vida a partir de agora.

Texto feito com a consulta da psicóloga clínica do Lysis Consultório de Psicologia, Aline Lisboa, do psicólogo Yuri Busin e da psicóloga Ana Luisa Mizoguchi da Costa.

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Sobre:

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Marina Pastore

Marina Pastore é jornalista e trabalhou na Folha de S.Paulo. Desde 2011, quando começou a organizar seu próprio casamento, se apaixonou pelo assunto e criou um blog, o Vestida de Branco, para dividir ideias, opiniões e dúvidas. Anos depois do seu casamento, ainda adora falar sobre o assunto, ajudar as noivas e com...

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