6 dicas para a organização financeira dos recém-casados
Como planejar os gastos do casal para garantir uma boa organização financeira e evitar discussões e apertos relacionados a dinheiro
Dinheiro pode não comprar felicidade, mas a falta dele com certeza não ajuda em nada o nível de estresse na vida a dois. Aliás, o risco de crise emocional precisa ser cortado antes do sim no altar, quando os noivos encaram o desafio de poupar para o casamento.
Nessa longa caminhada, entender os hábitos, os gastos e as economias do seu amor é fundamental para a boa organização financeira do casal e para um relacionamento tranquilo. Saber qual é a personalidade financeira de cada um – poupador, gastador, descontrolado, desligado ou financista – pode trazer mais segurança na hora de tomar decisões.
“Assim que recém-casados me procuram, eu pergunto como eles decidiram casar: se trabalharam o conceito, se sabem qual é o regime de bens do casamento, se têm os mesmos objetivos. O casal precisa olhar para frente e ver o mesmo horizonte”, afirma Eduardo Lima, consultor da Life Finanças Pessoais.
Para o profissional, que diariamente cuida da vida financeira alheia, essa é a base de qualquer processo educativo e do conceito de “planejamento”, palavra de ordem para que o dinheiro do casal atenda ao plano de vida da dupla. “Dinheiro serve para gastar. É um meio para trazer conforto, viagens, realizações”, acredita Lima.
“Planejamento não é voto de pobreza”, reforça Marcos Milan, diretor de finanças pessoais da Sapience Assessoria. “É apenas uma forma de não ser atropelado pelas surpresas, evitando estresse e eventuais desentendimentos”, ensina.
Para ele, não é preciso mudar completamente de hábitos ou deixar de consumir determinada marca que você tanto ama. Basta entender a sua nova dinâmica de vida e adequar as receitas e as despesas a ela.
Nesse processo, o casal precisa ser transparente, honesto e ter um objetivo em comum. Quando falamos em dois corações que se tornam um, não existe uma receita infalível e pronta. Para ajudar no planejamento desse início de uma vida a dois, listamos, abaixo, dicas valiosas dos nossos especialistas no assunto.
6 conselhos de organização financeira para evitar brigas e não entrar no vermelho
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Conta pessoal x Conta do casal
Juntar ou não juntar as contas? Eis uma questão que depende muito da dinâmica do par. Caso eles aceitem compartilhar uma conta bancária, a estratégia mais justa e equilibrada é abastecê-la com um mesmo percentual dos dois vencimentos. De qualquer forma, tenha sempre em paralelo uma reserva pessoal: assim, ambos mantêm certa liberdade para usar o dinheiro recebido, evitando discussões e discordâncias quanto aos gastos pessoais.
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Reserva de contingência conjunta
“Eu sempre aconselho os casais a terem um fundo que não se preocupe com rentabilidade, mas, sim, com fácil acesso ao dinheiro”, orienta Milan. “Dessa forma, é possível resgatar o investimento para qualquer eventualidade, como uma reforma que custou mais do que o previsto ou até mesmo uma gravidez inesperada”, completa.
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Alugar ou comprar?
Dúvida recorrente de dez entre dez casais, a questão do imóvel pode render sérias discussões se não pensada com calma. O imaginário coletivo da “família de propaganda de margarina” indica que o ideal é adquirir um imóvel, mas este já deixou de ser o objetivo de muitos casais. Milan acredita que alugar vale mais num primeiro momento. “O aluguel dá maior mobilidade a jovens recém-formados. Essa é uma geração dinâmica, sempre à procura de experiências de valor emocional. E o dinheiro economizado com uma suposta entrada no preço de um imóvel pode ser investido num fundo de risco nulo.”
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Alô, consultor!
Um financiamento errado de carro ou de imóvel pode sair bem caro. “As pessoas precisam investir mais em decisões financeiras”, acredita Lima. Segundo ele, o trabalho do consultor é importante para que os casais compreendam a diferença entre custo e valor, definições que também ajudam na hora de entender os objetivos da vida a dois.
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Hábitos alimentares
Sabe aqueles aplicativos de delivery de comida ou o restaurante onde vocês batem ponto pela conveniência dele estar ao lado da sua casa? Eles realmente quebram um galho aqui e ali, mas uma revisão nestes gastos pode significar uma economia substancial. “Conheço casais que gastam entre 2.000 e 2.500 reais por mês em refeições fora de casa ou solicitadas por telefone”, diz Milan. Além do respiro para o seu bolso, proporcionado por um corte nesses gastos, entrar na cozinha com o seu amor pode ser um programa divertido e muito sexy.
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A tecnologia pode te ajudar
Aplicativos rendem uma bela ajuda na hora de entender e controlar os gastos. Dentre os apps disponíveis, há desde os voltados para os custos mais banais do dia a dia (como o Meu Carrinho, que compara preços de produtos em diferentes supermercados) até os que gerenciam uma série de parâmetros da sua conta corrente (a exemplo do Meu Bolso).