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Como trabalhar a autoestima da noiva nas semanas antes do casamento?

Veja dicas para aumentar a autoestima da noiva e lidar com inseguranças nos preparativos

O período que antecede o casamento tem vários momentos deliciosos – a expectativa de subir ao altar e se casar com o amor da vida, os preparativos, os presentes e mimos recebidos…mas, para algumas noivas, nem sempre tudo são flores.

É comum que nessa época surjam algumas inseguranças e medos – afinal, é um período com altas expectativas, muitas contas para pagar e muitas mudanças.

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Então, como lidar com a autoestima da noiva nas semanas antes do casamento? Confira as diversas situações que podem gerar inseguranças antes do casamento e como é possível lidar com cada uma delas:

Pressão para que dê tudo certo

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Foto: Shutterstock

 

Antes do seu casamento, a assistente de RH Danieli Matos tinha medo de não dar conta de planejar e organizar tudo, mesmo estando dentro dos prazos estabelecidos para cada detalhe. “Muitas vezes, a angústia de algo dar errado era mais forte”, relata Danieli.

Com a recepcionista de hotel Rebeca Barbosa Pires não foi diferente – e a questão ainda foi agravada por uma depressão.

“Acho que o sentimento de impotência quanto à organização do casamento é sempre um ponto a ser levado em consideração. Ainda mais para uma pessoa que já tem um quadro de predisposição à depressão. Passei nove anos pela doença. Entrar numa situação que foi um tanto surpresa, sem condições financeiras para fazer a festa, abalou muito não somente a autoestima, mas  o psicológico também. A insegurança em ser tudo perfeito para o grande dia, sabendo que é um dia que não volta mais, é muita pressão, principalmente para os noivos”, conta Rebeca.

Como lidar?

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Para lidar com estes momentos de pressão, a psicóloga Juliana Bonetti recomenda se fortalecer e acreditar que você está dando o melhor de si. “Lidamos o tempo todo com pressões externas. Ter certeza do valor que se tem. Reconectar-se com o seu desejo, com o sonho que é se casar para você. Isso deve ser mais forte que o palpite alheio”, sugere.

Para Danieli, o que a auxiliou foi ter boas noites de sono e buscar a ajuda das pessoas próximas.

“A cabeça de uma noiva é como uma máquina que fica 24h ligada, mesmo quando está dormindo! Controlar isso é o maior desafio, pois é fundamental tentar dormir bem e deixar as questões para se resolver no próximo dia, com organização e planejamento. Não tente resolver tudo sozinha pois isso só vai gerar mais nervosismo! Confie no seu noivo, na sua família, madrinhas e padrinhos, não tenha medo de pedir ajuda. Faça uma oração agradecendo por tudo, independente da religião. Principalmente perto do casamento, pedia para Deus manter meu coração calmo e que estaria tudo nas mãos dele. Se for preciso, tome chá antes de dormir, isso realmente ajuda a acalmar do dia agitado e ter um bom sono. O casamento é literalmente um momento único e maravilhoso, precisa estar tranquila e só aproveitar esse momento de completa felicidade e amor!”, recomenda Danieli.

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A dica de Rebeca para quem ainda vai subir ao altar é: “Por mais que não pareça, tudo vai dar certo, e você será a mulher mais bonita do mundo – tanto pra si mesma quanto para seu amor, que estará esperando-a no fim do corredor. Todo mundo tem uma opinião sobre o seu dia, mas não esqueça: é SEU dia! E, no final da festa, as memórias são SUAS. Então curta cada momento, cada perrengue, cada sorriso, cada lágrima… porque é SEU momento, viva ele. Vai fazer bem a você”.

Depressão x desânimo?

Como relatou Rebeca, toda esta pressão de organizar o casamento pode ter um peso a mais para quem sofre de depressão Para saber se o caso é de depressão ou tristeza/desânimo, é importante ficar alerta a alguns pontos, de acordo com a psicopedagoga e coach parental Adriana Barbeiro.

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“Existem algumas características que nos ajudam a compreender essa diferença. A primeira delas é o tempo de duração. Enquanto a tristeza é passageira, a depressão é persistente. Quando passamos por uma experiência negativa, podemos nos sentir desesperados, podemos chorar, desanimar, sentir, inclusive, aquela vontade de não sair da cama . Porém, com o passar dos dias, a tendência é que esse comportamento vá mudando. Retomamos as nossas atividades diárias e, vida que segue. A depressão, por sua vez, é paralisante. Vai nos afastando de todos os ambientes aos quais estamos inseridos: família, amigos, trabalho, etc”, comenta Adriana

Outro ponto que diferencia, segundo Adriana, é que a tristeza comum é resultado de algum fato (um término de relacionamento, uma briga com o namorado, a perda do emprego, uma nota ruim na faculdade, etc). Já a depressão nem sempre surge à partir de uma situação. Outra diferença é que a tristeza é um sentimento, a depressão é um transtorno, envolvendo, inclusive, um desequilíbrio químico no cérebro. “Por conta disso é fundamental procurar um profissional especializado (como um psicólogo ou psiquiatra)”, alerta Adriana.

Questões relacionadas à aparência 

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De acordo com a Pesquisa Dove: A Real Verdade Sobre Beleza (2014), apenas 4% das mulheres em todo o mundo se consideram bonitas e 72% das garotas sentem uma imensa pressão para serem bonitas. Além disso, 54% das mulheres concordam que, no que se refere a aparência, elas mesmas são as que mais se criticam. E é muito comum que esta questão venha à tona durante o processo de organização do casamento, em que há uma alta expectativa com relação à imagem da noiva.

Danieli passou por isso – poucos dias antes do casamento, ela tinha a sensação de ter engordado muito.  “Agora entendo que era em função do nervosismo também. Eu tinha sensação de ter engordado muito, realmente engordei durante o processo do casamento, mas nem perto do tanto que eu tinha colocado na cabeça. Fiquei vários dias preocupada com isso, pensando no que fazer faltando tão pouco para o casamento. Com o vestido estava tudo certo, já tinha feito as provas e estava maravilhoso. Mas algo me incomodava ainda. Havia inclusive desabafado com o meu então noivo sobre isso, que pediu para eu me acalmar, que estava linda e que estaria ainda mais no nosso casamento”.

Já Rebeca comprou um vestido que não cabia nela, então ela precisou emagrecer o suficiente para que tivesse um vestido no dia. “Depois disso, eu enfiei na cabeça que eu ia customizá-lo sozinha, porque todo mundo disse que ele era horrível (antes da customização). As pessoas ao redor não ajudam. Mas, enfim, era o que tinha para o momento. Lutei contra meus próprios pensamentos e resolvi que iria tudo ficar lindo e eu iria aproveitar o que a vida desse”, relata.

Como lidar com a autoestima?

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É importante, antes de qualquer coisa, entender o que é a autoestima. De acordo com a Adriana, ela pode ser definida como a nossa autoimagem (de coisas internas e externas) aceita e reconhecida por nós mesmos.

“Quando estamos desalinhados em relação a quem somos, agindo por influência, sem certeza dos passos dados, das escolhas feitas, dos horizontes projetados, temos, então, baixa autoestima. Isso nos deixa com aquela sensação de preguiça de viver, tédio e tristeza. Não nos enxergamos bonitos pois não nos reconhecemos. Entendo que a pessoa que está com baixa autoestima, ao se olhar no espelho e não gostar do que vê está apenas tendo pistas de que internamente as coisas não andam bem”, explica Adriana.

Para Adriana, é importante que, em primeiro lugar, a noiva procure se autoconhecer e, assim, garantir que sua autoestima se manterá elevada. “Quando temos certeza de quem somos e o que representamos para o mundo, não é um comentário alheio que nos afetará”, destaca. Outra questão que pode auxiliar bastante é que a noiva tenha um grupo ou uma pessoa que represente um ponto de apoio, com quem irá desabafar e de quem receberá suporte emocional – como foi o caso de Danieli, que encontrou a ajuda do noivo.

Outra forma de apoio que a noiva pode encontrar é a ajuda profissional. “O psicólogo pode ser um braço muito importante não apenas nesse momento do casamento, mas em todas as outras várias fases estressantes pelas quais passaremos na vida”, comenta.

Para Rebeca, o que funcionou como forma de manter sua autoestima foi se arrumar bem todos os dias. “Pode até parecer bobo, mas no período antes do casamento, foi a época em que mais eu me arrumei. Eu tomava um banho longo todos os dias, me maquiava todos os dias (não por necessidade, mas porque é algo que eu adoro fazer), arrumava o cabelo, ficava cheirosa, pra que eu me sentisse bonita. Enfiei na cabeça que ninguém tinha que curtir mais do que eu e meu noivo na época. Então decidi que eu ficaria linda, até de pijama, linda toda hora, sem pressão, mas só pra me sentir bem”, lembra.

Este cuidado consigo mesma pode ter grande influência na forma como nos vemos – mas é importante cuidar do psicológico também.

“Se as questões externas forem realmente prioridade na vida da noiva, é importante que exista, como nas outras fases do casamento, um preparo, uma organização. Talvez uma mudança na dieta (supervisionada por nutricionista, claro) ou um treino diferenciado na academia (supervisionado por um personal). Um pacote de massagens ou outros procedimentos estéticos também podem ser uma boa pedida, mas o fundamental é que não se deixe de lado o que vai por dentro. Pensamentos e sentimentos negativos não podem persistir e devem ser levados sempre em consideração. Não esqueça de ter o seu grupo ou pessoa de apoio e de procurar ajuda de um especialista que possa ajudar a diminuir alguns barulhos internos que, muitas vezes, atrapalham demais e não nos permitem reconhecer a pessoa maravilhosa que somos”, pontua Adriana.

Inseguranças com relação à vida de casados

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Para os casais que ainda não moram juntos, uma questão que pode pegar é o que está por vir após a festança: a vida a dois! Danieli sentiu um pouco disso antes do grande dia: “Quando restavam poucos dias para o casamento, comecei a ficar preocupada se daria conta da vida pós-casamento, se seria uma boa esposa, se iríamos conseguir fazer as atividades da casa somente eu e ele, se teríamos paciência para resolver nossos problemas já casados, etc. Foram vários pensamentos angustiantes me cercando, mas em todos os momentos tive ajuda do meu marido, na época ainda noivo, e também das nossas famílias. Todos nos apoiavam para que eu ficasse tranquila, tomei bastante chá nos dias que antecederam o casamento e deu tudo certo”.

Como lidar?

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Lidar com inseguranças e medos é inerente ao ser humano. Geralmente, tememos aquilo que é desconhecido. Por isso, a melhor saída é se informar. Você só vai saber como é a vida de casada quando vivenciar esta experiência.No entanto, nada impede que antes de “juntar as escovas de dentes”, você pesquise sobre o assunto ou tente se informar com pessoas próximas que já são casadas.

Quando se tratam das atividades do novo lar, por exemplo, se você ainda não tem muita experiência com isso, vale incluir nos preparativos alguns momentos para aprender sobre o assunto e até buscar a ajuda de familiares ou amigos para aprender. O improviso também vale e, se cometer algum erro, pode render histórias divertidas para contar depois. Converse também com seu par sobre as divisões de tarefas, para que ninguém se sinta sobrecarregado. Se a questão é preocupação com as finanças na vida a dois, vale economizar e juntar uma grana para o caso de qualquer imprevisto.

Leia também: Desafios da nova vida a dois: 10 dicas para construir um casamento que vai longe

Para uma relação saudável, o importante que é as duas partes se sintam felizes e plenas consigo mesmas. “Quando isso não acontece, as pessoas envolvidas vão buscar no outro a possibilidade de completude. E aí está a complicação dessa tradição de acreditar na ‘alma-gêmea’, que representa a ‘outra metade da laranja’. Quando romantizamos essa crença e vivemos baseados nela, cedo ou tarde colocamos no outro uma responsabilidade pesada demais. O ideal é que a busca por essa elevação da autoestima seja interna e individual”, afirma Adriana

Juliana concorda: “A autoestima rebaixada influencia na vida a dois. Aquele que não a tem vai o tempo todo buscar a aprovação no outro. Ele vai agir de acordo com o desejo do outro o tempo todo. Pessoas assim se perdem no outro. E num casamento precisamos manter nossa individualidade. Não carecer tanto da aprovação do par”.

Texto feito com a consulta da psicopedagoga e coach parental Adriana Barbeiro e da psicóloga Juliana Bonetti 

 

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Sobre:

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Marina Pastore

Marina Pastore é jornalista e trabalhou na Folha de S.Paulo. Desde 2011, quando começou a organizar seu próprio casamento, se apaixonou pelo assunto e criou um blog, o Vestida de Branco, para dividir ideias, opiniões e dúvidas. Anos depois do seu casamento, ainda adora falar sobre o assunto, ajudar as noivas e com...

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