Destination wedding em Portugal: Fátima e Paulo
Veja a história de como meus pais se casaram depois de 36 anos juntos
A maioria das pessoas não têm a oportunidade de participar do casamento dos seus pais – só conseguem ver como foi através dos álbuns de fotografia ou dos vídeos. Ironicamente, como blogueira e jornalista de casamentos, eu tive uma experiência – bastante diferente: ajudei meus pais a planejarem um destination wedding em Portugal, entrei de braços dados com meu pai na cerimônia e tive chance única de viver este momento. E hoje conto aqui no iCasei como isso tudo aconteceu. Confiram:
A história do casal: Fátima e Paulo
Meus pais se conheceram na casa de amigos em comum em Cuiabá, em 1981. Na época, minha mãe morava no Rio de Janeiro e meu pai na capital mato-grossense. “Fui visitar uma amiga da faculdade que estava morando lá e o Paulo estava fazendo o projeto da casa dela”, conta Fátima.
Depois de alguns meses de idas e vindas entre Cuiabá e Rio de Janeiro, além da troca de cartas constante (já que o interurbano na época era algo muito caro – só aos finais de semana!), os dois resolveram morar juntos.
“Tomamos esta decisão pois entendemos que tínhamos uma boa parceria e um grande amor”, comenta Fátima. Na época, não houve nenhuma cerimônia ou celebração – meu pai simplesmente foi buscar minha mãe na casa dos meus avós e eles foram morar juntos em Cuiabá.
Meu pai já tinha um filho do primeiro casamento – meu irmão, Rodrigo. E, alguns anos depois, eu nasci.
A decisão: destination wedding em Portugal!
Por mais estranho que isso possa soar: quando decidiram se casar, meus pais já estavam prestes a completar 36 anos juntos.
“Por influência da filha e por ser uma oportunidade de estar com alguns amigos e familiares para festejar, decidimos fazer o destination wedding em Portugal. Primeiro, ligamos para algumas pessoas mais próximas e perguntamos se eles iriam ao nosso casamento em Portugal. E tivemos uma resposta positiva de boa parte deles. Como moramos longe de alguns amigos e familiares, não é fácil juntá-los em um lugar só. A ideia de fazer uma viagem com estas pessoas queridas nos animou muito”, pontua Fátima.
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A opção por um destination wedding em Portugal veio pelo fato de meus pais terem origens portuguesas na família. Outros fatores que influenciaram foram o idioma, a cordialidade dos portugueses, a facilidade de locomoção pelo país e também a gastronomia.
“Ficamos encantados com as gentilezas do wedding planner Rui Mota Pinto e sua equipe, que inúmeras vezes tiveram cuidados e nos deixaram mais tranquilos. Ele demonstrou seu profissionalismo estando sempre atento aos pequenos e grandes detalhes para tornar o momento mágico”, comenta Fátima.
O planejamento do casamento
O planejamento do casamento foi feito ao longo de dez meses, com antecedência. Eu já conhecia o trabalho do wedding planner Rui Mota Pinto com os Pop-Up Weddings e o apresentei aos meus pais – o projeto consiste em fazer casamentos pequenos, com poucos convidados, em locais inusitados.
“Fizemos uma reunião por Skype com ele e conversamos sobre formato e sobre o que gostaríamos na cerimônia, que seria um mini wedding. Entretanto queríamos um momento com os convidados após a cerimônia também. Outro desejo nosso era que os familiares que não pudessem viajar tivessem a possibilidade de assistir à cerimônia – e o Rui providenciou a transmissão por streaming”, afirma Fátima.
A seguir, os detalhes foram sendo conversados por e-mail, mais ou menos uma vez por mês.
“Para mim, enquanto criador é importante ter da parte do casal muita confiança no meu trabalho. E isso foi algo que eles sempre me ofereceram. Sempre me ouviram, sempre quiserem saber o que eu pensava ou idealizava trocando ideias, dizendo o que queriam o que tinham pensado mas também abrindo a porta às minhas ideias e às minha propostas”, comenta Rui.
“Para um criador isso é não só essencial como inspirador e motivador. Por isso, todo o planejamento, apesar de distante, foi bastante simples. Entre troca de e-mails e algumas reuniões via Skype tudo foi simples e fomos construindo o dia passo a passo, ideia a ideia e emoção a emoção”, lembra o wedding planner Rui Mota Pinto.
A escolha da data foi em virtude do clima em Portugal. “Já que o casamento seria na praia, discutimos bastante este assunto. Inicialmente, a ideia era fazer em abril, mas o Rui nos orientou que neste mês chove muito em Lisboa. Então optamos pela segunda quinzena de maio. A temperatura é um fator relevante para escolha das roupas e o conforto de todos”, explica Fátima.
Em dezembro de 2017, Rui Mota Pinto propôs realizar o casamento em um restaurante em Cascais que costuma frequentar, o Lov.it. “Ele foi até lá e nos mostrou o espaço por Skype. Gostamos da ideia. O Rui nos explicou também que eles serviriam um coquetel para os convidados, com algumas mesas organizadas em uma esplanada com vista para o mar. Apenas acrescentamos ao cardápio frutas que foram servidas num espetinho”, destaca Fátima.
O planejamento da viagem
Para quem pensa em fazer um destination wedding, é preciso pensar também sobre a viagem em si – e, algumas vezes, ajudar os convidados com informações e dicas. Veja algumas dicas da Fátima:
- Se o evento for fora do Brasil, comprem passagens com antecedência. “É difícil prever o câmbio a longo prazo. O valor do euro oscilou bastante durante o período que planejamos a viagem”, pontua.
- Como a viagem acaba “emendando” em uma lua de mel, não se esqueça de planejar o roteiro pós-casamento com antecedência. “Há sites de busca que você pode reservar e deixar para pagar na hora. Eles podem ser uma boa opção, pois neste meio tempo podem surgir ofertas mais adequadas ou alterações no roteiro de viagem e é possível cancelar sem custo”, sugere.
- Verifique a validade do passaporte, dos vistos e das vacinas – e não se esqueça de lembrar seus convidados também – pode ser um lembrete no site dos noivos, por exemplo.
- O seguro de saúde também é um item importante. “Infelizmente, alguns imprevistos podem acontecer. Tivemos uma convidada que precisou ir ao hospital durante a viagem”, justifica.
O conceito e os desafios do casamento
Para o wedding planner Rui Mota Pinto, este foi um casamento de desafios emocionais.
“Mais do que as questões técnicas, que no caso dos PopUp Weddings, se prendem essencialmente à adaptação a locais que não foram pensados para casamentos, esta aventura colocou um dos maiores desafios da minha carreira: como contar uma história de 36 anos de amor? Como conseguir em duas horas transmitir tudo o que significa estar 36 anos juntos e amar alguém de forma quase atemporal? Poucos serão os profissionais que ao longo de toda a sua carreira terão o privilégio de poder contar uma história de amor com tanto significado, com tanta longevidade e com tanta cumplicidade como a da Fátima e do Paulo”, destaca Rui.
Rui acredita que a forma encontrada para superar esse desafio tenha sido o conceito “Everlasting Love”. “Ele me ajudou a olhar para este casal incrível de uma forma quase atemporal e ‘agarrando-me’ à sua história quase como algo que representa de fato a razão pela qual amo o que faço, que representa de fato a essência do casamento – uma paixão eterna atemporal”, define.
O dia foi pensado de forma a que todo o ‘mood’ do dia fosse um pouco o reflexo desta história e do casal.
“Um local calmo mas inspirador, num ambiente de cumplicidade, de intimidade e amizade profunda. O fato de ser um espaço não pensado para casamentos, mas sim numa esplanada de um restaurante com uma vista incrível sobre o maravilhoso mar de Cascais foi também um diferencial. É um espaço onde não se fazem casamentos, mas o Restaurante Lov.It amavelmente me abriu a porta para, de forma excepcional, me permitir celebrar este dia. Algo de único, que outros casais não poderão viver e que achei que teria de fazer parte desta história. Um espaço único, para uma história única”, explica Rui.
Look da noiva
Para escolher o vestido do grande dia, minha mãe foi à mesma loja que escolhi o meu vestido de noiva há alguns anos atrás.
“Primeiro, pesquisei algumas opções e referências pela internet. Em janeiro de 2018, fomos à loja. Falei que imaginava um vestido curto com renda e mangas. Havia poucas opções disponíveis, pois a procura era pequena. Dos três que mostrou, gostei de um deles, experimentei e já comprei. Precisou de alguns ajustes, mas o resultado foi ótimo. Também comprei na mesma loja os sapatos”, lembra. Para o acessório do cabelo, ela escolheu algo bem delicado.
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Para o buquê, minha mãe queria algo pequeno. “Listei algumas flores que eu gosto. No entanto, ao chegarmos em Lisboa, fomos à florista e ela nos mostrou opção de hortênsias roxas, que deram toque bonito ao buquê. O Paulo usou rosa vermelha na lapela”, menciona Fátima.
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A cerimônia
A cerimônia do casamento foi realizada em Cascais, num final de tarde do dia 17 de maio de 2018.
“O local da cerimônia estava muito bem decorado. O Rui e a Sandra colocaram um arco com flores – ao fundo, era possível ver a paisagem do mar com barquinhos. As cadeiras foram decoradas com tecido e ramo de flores. Ficou muito delicado! Como piso era rústico e irregular, eles também colocaram uma grama natural ao centro e tapete branco nas laterais. Ficou muito bom”, elogia Fátima.
Como meus avós já não estão mais vivos, eu entrei com meu pai na cerimônia, ao som de “Sapato Velho”, do Roupa Nova.
“Outro diferencial que emocionalmente penso que marcou este casamento foi o fato de o noivo ter sido acompanhado ao altar pela sua própria filha. Algo de maravilhoso que não deverei presenciar mais na minha vida e que irei levar como um das maiores lembranças e mais emocionais que vivi até hoje. Lembro-me de algo emocionalmente parecido o ano passado quando a avó de um noivo transportou as alianças ao casal. São momentos marcantes que pela sua dimensão emocional tornam os casamentos em algo único e que são de fato os grandes diferenciais e aquilo que faz cada história ter o seu próprio significado e gerar emoções de forma diferente em cada momento”, lembra Rui Mota Pinto.
Minha mãe entrou com seu irmão, Antônio Carlos, com a canção “Over the Rainbow” acompanhada por um violino elétrico – surpresa que o wedding planner Rui Mota Pinto preparou pro evento.
“Para mim, foi emocionante chegar ao local e descer as escadas com meu irmão. A sensação de ver os convidados queridos também emocionados foi incrível. Ao ver o olhar do Paulo me esperando ao lado da Marina me deu a certeza de mais uma vez ter feito a escolha certa”, conta Fátima.
Rituais de casamento
Durante a cerimônia, o celebrante Mariano Salvatore Sarno contou um pouco a história do casal e realizou três rituais de casamento:
Cerimônia das velas: cada um dos noivos recebe uma vela e, juntos, eles devem acender uma terceira vela maior, que representa a vida em comum do casal.
Energização das alianças: por se tratar de um mini wedding, o celebrante pediu que as alianças passassem pelas mãos dos convidados e que cada um deles fizesse um pensamento positivo para o casal.
Caixa de vinho: o último ritual que foi feito no casamento consistia em uma caixa com um vinho dentro. A ideia é que os convidados depositassem votos para os noivos dentro dela, para que o casal possa abrir daqui cinco anos e tomar o vinho juntos, ou quando estiverem passando por um momento difícil.
Ritual da caixa de vinho | Foto: Nuno Palha
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Meus pais também convidaram meu tio para falar algumas palavras sobre o casal e sobre a família.
Votos de casamento
Os votos foram um momento especial na cerimônia – afinal, são 36 anos de história!
Meu pai aproveitou o momento para relembrar a história deles e as cartas que eles trocaram durante meses. Já minha mãe fez referências aos pais deles, já falecidos, falou sobre os filhos (no caso, eu e meu irmão) e também sobre a história do casal.
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Recepção
Após a cerimônia, houve o corte do bolo, que era de caramelo e flor de sal, e os convidados foram recepcionados com um coquetel no restaurante Lov.it, com comida japonesa, sanduíches e frutas.
O wedding planner Rui Mota Pinto também preparou mais uma surpresa para ocasião: ele presenteou os noivos com ilustrações do casamento, feitas por artistas portugueses – uma recordação incrível para casamentos.
Como lembrancinha, os convidados levaram uma caixinha com um pequeno azulejo português e um docinho típico de Portugal.
Dicas para casar em Portugal
Ficou interessado em fazer seu destination wedding em Portugal? Confira algumas dicas dos meus pais e do wedding planner Rui Mota Pinto:
- Escolham um local que gostem e um profissional sério, com referências, e com quem sintam afinidade. “Não é um trabalho simples – envolve emoção e o profissional tem que ter sensibilidade e experiência para perceber sutilezas e produzir evento personalizado”, indica Fátima.
- “Pensem no estilo de evento que querem fazer e na verba que poderão gastar”, sugere Fátima.
- Portugal conta com diversas opções para casamentos. “O país conta com palácios, a vinhas, as quintas, a locais à beira mar, a sua história, a gastronomia, o tempo, a cultura, a magnífica Lisboa, a beleza de Cascais e Sintra, a fantástica beleza e singularidade do Porto, as vinhas únicas do Douro e tantos outros locais que fazem de Portugal o país incrível que é para Destination Weddings”, comenta Rui Mota Pinto.
“Uma das maiores dicas que posso dar para quem quer um destination wedding em Portugal é que de fato contratem alguém aqui para ajudar a planejar todo o casamento. Alguém que não more só em Portugal mas sim alguém que ‘ame e entenda Portugal’, e que perceba aquilo que o país e a sua cultura verdadeiramente são”, comenta o wedding planner.
“Dou este conselho a qualquer casal que queira casar em qualquer parte do mundo – encontrar alguém no próprio destino que tenha verdadeiramente a alma desse país. A verdadeira essência de um Destination Wedding deve ser a alma, a cultura e o mood que esse país tem. Eliminar isso é simplesmente replicar um qualquer casamento num local diferente. E isso acaba por, na minha visão, fazer pouco sentido”, completa Rui.
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Fornecedores:
Wedding planner: Rui Mota Pinto – Pop Up Weddings
Fotografia: Nuno Palha
Decoração e buquê: Kefrô
Celebrante: Mariano Salvatore Sarno
Cerimônia, recepção e catering: Restaurante LOV.it
Bolo e docinho da lembrancinha: My Cake Store
Música: MAK Eletric Violin
Acessório da noiva: Maria Ignez Simões Acessórios
Vestido da noiva: Pronovias, por Silvia Fregonese
Traje do noivo: Harry’s
Ilustração do casamento: Wedding Sketchers
Cabelo e maquiagem da noiva: Vila Bicuda Resort
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