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Jejum Intermitente: Benefícios ou prejuízos? Tudo o que você precisa saber sobre essa prática

Ficar cerca de 8, 12, 16 horas sem comer é uma prática que está em alta, porém, é preciso cuidado, muita pesquisa e avaliação com especialista para iniciar.

A cada ano, uma nova moda dentro do universo das dietas aparece em todas as mídias possíveis. É esse ou aquele tratamento, um novo alimento salvador, um novo medicamento ou ingrediente que ajuda na perda de peso… No entanto, o jejum intermitente é uma prática que se faz presente há muito tempo em nossas conversas, beirando até o período do paleolítico…

Carlos Canavez Basualdo, nutricionista da clínica Mais Excelência Médica, explica que o jejum é uma situação humana que significa períodos sem alimentação e que não existe um início da história do jejum na humanidade. “Isso acontece desde que nós existimos. O corpo consegue ficar um tempo sem se alimentar e isso gera algumas consequências no organismo. O homem, naturalmente, é um ser nômade e um ser caçador, então, quando se busca por alimento, isso já significa que está um tempo sem se alimentar. A história do jejum é tão longa quanto a história humana.”

jejum intermitente

Foot: Shutterstock

É uma prática realizada mundialmente desde a antiguidade, sendo praticada por budistas, cristãos, muçulmanos e hindus. Nos últimos dez anos, houve sua expressividade em meio às dietas conhecidas popularmente. “O jejum intermitente é baseado em jejuns religiosos. Muitas religiões adotam este tipo de padrão alimentar de forma aleatória em um espaço de tempo”, aponta Karen Gimenis, nutricionista na ON Body Evolution, em Assis.

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Do paleolítico aos dias de hoje, o que mudou no Jejum Intermitente?

Baseados na ideia de que somos seres caçadores e que o jejum é algo comum em nossa escala evolutiva, podemos fazer essa prática nos dias de hoje, certo?

Depende!

É o que alerta Salete Coelho, preparadora física da Clínica ON Body Evolution de São Paulo, pois os indivíduos da época faziam um jejum intermitente não porque eles queriam, mas por necessidade. “Ninguém ficava sem comer por opção, mas sim porque não achavam alimentos. Outro ponto é que o homem era magro, logicamente, porque ele caminhava 25 quilômetros por dia, enquanto o homem moderno não caminha 3 quilômetros, sendo outra diferença gritante”, diz ela.

Além disso, outro fator muito importante para ser levado em consideração é a expectativa de vida. A do homem paleolítico era de cerca de 25 anos e, hoje em dia, ela evoluiu para cerca de 70 anos. “Comparando com aquela época, a oferta de alimento e o nosso organismo são muito diferentes. Tudo mudou.”

jejum intermitente

Foot: Shutterstock

Quais os benefícios do Jejum Intermitente?

Um dos benefícios mais básicos do jejum intermitente, feito de forma racionalizada e com acompanhamento, é dar um tempo para o organismo digerir corretamente o que foi consumido previamente. “Você possibilita que seu corpo tente entrar num processo de energética natural, ou seja, fazer um balanço energético positivo em cima do gasto, do consumo e do repouso do consumo. Não existe nenhum animal na natureza que se alimenta o dia todo”, elenca Carlos.

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O nutricionista Gustavo Pasqualotto também afirma que alguns estudos recentes mostram que o jejum pode reduzir as cardiopatias e risco de câncer. “Ele protege de doenças relacionadas à velhice, promove maior longevidade e aumenta a sensibilidade a insulina. Mas, vale salientar, que é uma área de pesquisa que não tem estudos suficientes.”

jejum intermitente

Foto: Shutterstock

A prática tem sido associada a efeitos benéficos na expectativa de vida e longevidade em modelos experimentais com animais. “Uma das alterações metabólicas ocasionadas pelo jejum é a cetogênese, que pode alterar algumas vias metabólicas e processos celulares, como a redução dos níveis de glicose e de glicogênio no fígado, levando a mudanças na utilização de substrato energético”, diz Jacqueline Moniz, nutricionista esportiva da ON em São Paulo.

Ou seja, o organismo começa a usar a gordura como fonte de energia, produzindo os corpos cetônicos, que são utilizados principalmente pelo cérebro. “Além disso, o jejum pode aumentar a atividade do sistema parassimpático, promovendo melhora na motilidade ou mobilidade intestinal. Também pode melhorar a atividade da insulina nas células musculares e hepáticas, promovendo redução do estresse oxidativo e inflamação”, afirma ela, que revela que o jejum não vem sendo adotado apenas com pacientes obesos, mas também na melhora da performance física em exercícios de resistência.

Aliás, ele pode ser também um aliado dos esportistas, podendo melhorar a composição corporal e ajudar no desempenho. Isso ocorre devido à redução de glicogênio hepático e muscular que, juntamente com os baixos níveis de insulina, levam a redução do uso da glicose como substrato energético, aumentando a mobilização dos estoques de lipídios.

jejum intermitente

Foto: Shutterstock

Quem pode e quem não pode fazer o jejum intermitente?

Antes de tudo: Consultar um especialista no assunto é FUNDAMENTAL, ok? Pois diversos fatores podem favorecer ou desfavorecer o jejum, dependendo do indivíduo.

O primeiro fator a ser avaliado são os transtornos alimentares, já que a privação de alimentos pode ser um enorme gatilho. Por isso, pessoas com precedentes à algum transtorno alimentar não devem ser estimuladas a praticar o jejum. Carlos explica que outros fatores também precisam ser analisados, como a condição fisiológica e clínica do paciente. “Quem tem diabete, distúrbios de glicemia, pressão baixa e problemas ligados a parte renal não são indicados para aderir a esse tipo de comportamento. Passar por uma avaliação geral é sempre muito importante para ver se a prática não vai fazer mais mal do que bem.” Idosos, gestantes, pacientes com infecções, sistema imunológico deficiente, anêmicos ou usando medicamento controlados também não são aconselhados.

jejum intermitente

Foto: Shutterstock

Do outro lado, como explica Jacqueline, existem alguns fatores que podem favorecer a execução do jejum intermitente: pessoas que já possuem um hábito alimentar saudável, ou seja, já estão em processo de reeducação alimentar há algum tempo;  pessoas que já emagreceram e buscam por novas estratégias para eliminar poucos quilos de gordura corporal; pessoas que não sentem fome para comer a cada 3 horas.

Essas estratégias de jejum intermitente não costumam funcionar por muito mais do que 4 e 8 semanas, pois o corpo entra em termogênese adaptativa, ou seja, o emagrecimento cessa e é necessário incorporar uma nova rotina alimentar”, ensina Jacqueline.

jejum intermitente

Foto: Shutterstock

Dicas que podem te ajudar nesse processo!

 O jejum intermitente deve ser feito com hidratação. Na verdade, o consumo de líquidos é estimulado durante essa prática. “O uso de chá, água com e sem gás e café sem açúcar não quebram o processo. Esses tipos de bebidas, sem calorias e sem adoçantes, vão ajudar o paciente a não inflamar durante o processo. Por isso, a quebra de jejum deve ser feita com um acompanhamento médico”, indica Carlos.

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Tai Goulart

Jornalista, colunista, cantora, compositora, feminista e com vontade de evoluir sempre mais. Trabalha no jornalismo de celebridades e perfis há mais de sete anos e já passou por redações como Estilo e Capricho, como repórter de moda, beleza, comportamento e lifestyle. Co-criadora do projeto #Apenaspare, se sente c...

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