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Comprar, alugar ou reformar o vestido de noiva?

Dicas de especialistas sobre como optar pelo modelo de vestido de noiva dos sonhos e como adequar ao orçamento

Há quem sonhe com o ritual completo do vestido de noiva que começa com a escolha do tecido, rendas e bordados, passa por várias provas de roupa no ateliê do estilista e termina com os toques finais na porta na igreja. Mas há quem prefira entrar na loja, se apaixonar por um modelo e sair de lá com tudo resolvido, de um jeito rápido e prático. E há ainda, quem herda um vestido de noiva da família e deseja usá-lo no Grande Dia, em nome da afetividade e das memórias que ele carrega. Mas, afinal, como escolher o vestido de noiva ideal? E, ainda: comprar, alugar ou reformar o modelo dos sonhos?

Foto: Shutterstock

Para quem não sabe ainda onde se encaixar, preparamos este guia com dicas espertas sobre cada modalidade, seus prós e contras.

Vestido de noiva: alugam-se sonhos

Lojas de vestidos de noiva, geralmente, trabalham de duas maneiras: oferecem o primeiro aluguel ou a locação de vestido de noiva usado. No caso do primeiro aluguel, o vestido será feito com as medidas da noiva e, por isso, precisará ser encomendado com pelo menos seis meses de antecedência da data do casamento. No entanto, o modelo escolhido não poderá sofrer grandes alterações. “O que fazemos é incluir bordados e modificar algumas mangas”, diz Beatriz Leme, da Black Tie, empresa tradicional no setor de aluguel de trajes de casamento.

“Uma das vantagens do aluguel é não precisar se preocupar em como guardá-lo ou vendê-lo para outra noiva”. Mulheres que preferem resolver as coisas com agilidade talvez prefiram alugar (ou mesmo comprar) um vestido pronto, ao invés de passar por todas as etapas da confecção do traje.

A economia também é um fator a se considerar: um vestido de noiva feito sob medida custa, em média, R$ 20 mil reais, contra R$ 7.000 de um primeiro aluguel.

Como desvantagem, além dos modelos não poderem sofrer grandes alterações, está o fato da qualidade dos materiais e acabamentos serem diferentes dos da alta costura. “Nas roupas para aluguel os acabamentos internos costumam ser aparentes para que se possa fazer ajustes com facilidade. E os materiais também são menos nobres, para resistir a muitas lavagens”, alfineta Rodrigo Rosner, estilista de alta costura que comanda o ateliê R.Rosner na capital paulista.

Foto: Shutterstock

O vestido alugado precisa ser devolvido à loja num prazo pré-determinado, geralmente no dia seguinte ao casamento. E deve estar perfeito estado, sem manchas ou rasgos. Ou seja, será necessário se preocupar com possíveis acidentes durante a festa. Leia as cláusulas do aluguel com atenção, para estar ciente das responsabilidades, inclusive quanto a possíveis multas. E ao receber o vestido, faça uma checagem minuciosa para ver se não há nenhum problema, mancha ou defeito, antes de usar.

O sonho sob medida

Muitas mulheres sonham em ter um vestido feito exclusivamente para elas no casamento. E não é para menos. Segundo Costanza Pascolato, “ter uma peça de alta-costura é participar de um ritual de criação, um cerimonial. Começa com a confecção do protótipo numa tela de algodão para ser alinhavado sobre o corpo e definir, nos mínimos detalhes, o que deve ser valorizado ou não. Muitas provas depois, você terá a sensação verdadeira de que aquela peça só existe por você e para você, exclusiva que é.” A afirmação está no livro Confidencial, Segredos de moda, estilo e bem-viver.

O custo deste tipo de mão de obra é considerável, especialmente para quem está arcando com outros gastos do casamento, mas tudo é uma questão de prioridades. Para algumas noivas, o vestido é a peça mais importante do evento, outras preferem dedicar mais recursos à festa ou à viagem de lua de mel. Ao investir no traje, é preciso computar, também, o custo dos tecidos.

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Além da exclusividade, outra vantagem de mandar fazer um vestido de noiva com materiais de primeira linha é que é possível reaproveitá-lo. “Não é porque a pessoa tem mais condições que ela vai desperdiçar metros de tecido caríssimo numa roupa feita para uma única ocasião. Hoje é chique reciclar”, diz Caio da Rocha, estilista de alta costura com ateliê no bairro de Pinheiros, em São Paulo. “Há pouco tempo, uma cliente trouxe o vestido de noiva da filha, feito de uma renda francesa belíssima, para ser desmanchado. A renda foi tingida e transformada em um conjunto de calça e paletó, tipo smoking”, conclui.

Para encomendar um vestido de noiva feito à mão, é aconselhável que a noiva marque hora com o estilista com um ano de antecedência, em média. Durante o processo de confecção da roupa, é preciso estar disponível para, pelo menos, quatro provas de roupa.

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Laços de amor

E já que falamos em reaproveitamento de peças, existe a possibilidade de se restaurar um vestido de noiva de família, passado de uma geração para outra. Para isso, é preciso checar quais são as modificações que precisarão ser feitas e se o tecido irá suportá-las.

“Muitas vezes é preciso reconstruir as tramas do tecido e os bordados. É um trabalho parecido com o de restauro de peças de museu. Exige muito cuidado e muita responsabilidade porque se você errar é gravíssimo, pode estragar uma peça de 100 anos de idade”, diz Gisele Dias, proprietária e estilista da marca A Modista, que oferece vestidos de noiva prontos, feitos sob medida e, também faz restauros em peças antigas.

“Também é comum termos que aumentar as medidas do vestido porque a média de altura e de medidas, hoje em dia, é 20% a 30% maior do que no passado. Isso implica em fazer incrustações de outros tecidos ou rendas para aumentar o tamanho da peça. Mas isso não pode ficar parecendo uma solução forçada, é preciso delicadeza”, diz.

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Por ser extremamente trabalhoso, o processo não é rápido nem barato. Só é possível fazer um orçamento após a analise total do que precisará ser feito. A não ser que a noiva tenha tirado a sorte grande de ganhar um vestido antigo que vai precisar de pouquíssimo restauro, o preço será similar ao de uma peça sob medida, a partir de dez mil reais.

Como vivemos numa era de fugacidade em que tudo é visto como descartável, a ideia de restaurar um vestido de família ganha um significado ainda mais especial. Reconectar-se com os laços afetivos familiares, não tem preço.

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Sobre:

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Biti Averbach

Biti Averbach é editora de moda com experiência em revistas femininas, blogs e redes sociais. Trouxe sua experiência para escrever como especialista em dicas de moda e beleza para noivas, noivos e convidados de casamentos.

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